Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU chama atenção para crescimento desordenado em Palmas/TO
7 de julho de 2016 |
A ocupação irregular de área de preservação ambiental em Palmas e o crescimento desordenado da cidade estão entre os fatores que chamaram atenção dos integrantes da Comissão de Política Urbana e Ambiental do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CPUA/BR), que esteve na Capital nos dias 05 e 06, a convite da CPUA/TO.
A participação no I Seminário de Política Urbana e Ambiental do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Tocantins, reuniões com representantes dos governos Estadual e Municipal, além de uma visita a Área de Preservação Ambiental de Lajeado (APA-Lajeado) fizeram parte da agenda dos integrantes da CPUA, colocando a questão do planejamento urbano e da necessidade da implantação ou implementação de mecanismos de controle e fiscalização do crescimento desordenado no foco das discussões.
A CPUA/BR é composta pelos Arquitetos e Urbanistas Maria Lana Jubé, José Alberto Tostes, Ana de Cássia Moraes Abdalla Bernardino, Antônio Luciano de Lima Guimarães, e Luis Hildebrando Paz.
Hildebrando explicou que a CPUA/BR realiza reuniões em todas as regiões do País, sempre discutindo um problema local, “em Palmas é o crescimento desordenado, com a ocupação irregular da APA de Lajeado”, disse.
Para a presidente do CAU/TO, Joseísa Furtado, a presença da Comissão em Palmas “foi enriquecedora, ampliando o debate sobre o enfrentamento dos problemas urbanos enfrentados na Capital”.
As contribuições da CPUA em cada Estado estão sendo adicionadas em uma Carta que será apresentada na III Conferência da ONU sobre Moradia – Habitat III, e entregue aos candidatos a prefeitos municipais em agosto de 2017.
I Seminário de Política Urbana e Ambiental do CAU/TO
O planejamento e a execução deste planejamento ainda é o melhor, senão o único, caminho para que as cidades possam resolver seus problemas urbanos. Isto passa pelo envolvimento e compromisso dos técnicos, mas principalmente pelo comprometimento político dos gestores públicos com estas causa. Esse foi o norte dos debates no I Seminário de Política Urbana do CAU/TO, que reuniu arquitetos e urbanistas e gestores públicos na discussão das principais questões urbanas do País, e, especialmente de Palmas.
Coordenadora da CPUA/BR, a doutora em arquitetura e urbanismo Lana Jubé, ressaltou que a “cidade deve ser pensada para as pessoas”, sendo assim, questões como os pedestres, a sócio- inclusão, a preservação das fontes de água e a construção de empreendimentos habitacionais para a população de baixa-renda devem ser priorizadas. “Para isso o que temos é o planejamento. O Plano Diretor é o melhor instrumento para o ordenamento e planejamento das cidades”, ressaltou Lana.
“A participação política é outro fator determinante nesse contexto, de todos os cidadãos, e em específico dos arquitetos e urbanistas no que diz respeito às políticas urbanas, é outra questão fundamental” apontou José Alberto Tostes. Para o PHD, a falta de participação política acarreta para que haja projetos de governo, e não projetos de estado, ou seja, ações que não são permanentes, sem continuidade. Segundo ele, “o debate político precisa fazer parte da Academia para que os profissionais entendam que o projeto não é apenas técnico, ele também é político”.
A questão do planejamento também foi apontada Antônio Luciano ao ressaltar que é preciso “mudar a distância entre o planejamento e a gestão”.
O Seminário contou ainda com a apresentação, realizada pelo conselheiro federal Luiz Hildebrando Paz, de dados sobre a ocupação irregular na Serra de Lajeado. Hildebrando ressalta que “as consequências negativas, urbanas e ambientais da ocupação são imensamente consideráveis, e que este é um problema de todos, sendo necessário unir esforços para uma solução efetiva”.
APA de Lajeado
Em Palmas os integrantes da CPUA visitaram os bairros de Taquaralto, Taquari, a ocupação irregular Capadócia e loteamentos irregulares na Apa de Lajeado. Quando foi feito um alerta para os problemas que o crescimento de loteamentos na região podem acarretar.
Um levantamento do Instituto Natureza do Tocantins a pedido do CAU/TO e da Organização Não Governamental GAIA, detectou 19 loteamentos irregulares na APA. Para Lana Jubé a situação é assustadora uma vez que esse crescimento desordenado é um problema muito grave “porque deixa de se ter uma área de preservação fundamental, onde acontece a recarga do lençol freático, minimização do clima urbano, dentre entras questões para a qualidade de vida urbana”.
Essa questão foi o assunto de entrevista concedida a TV Anhanguera, que pode ser conferida aqui.
A ocupação irregular da APA de Lajeado também esteve entre os assuntos discutidos em reuniões entre os integrante da CPUA/ BR/TO e o Governo Estadual, e com a equipe técnica da Prefeitura Municipal de Palmas.
Parabéns pela iniciativa.
Sou arquteto urbanista e tenho interesse em participar e contribuir desse processo.
Muito obrigado
Miguel von Behr
Um assunto de extrema importância, onde o espaço urbano sofre com essa demasiada ocupação “errônea”, trazendo tantas consequências principalmente ambientais.
Também parabenizo a iniciativa e como arquiteta e urbanista tenho interesse em contribuir também.
Att,
Keroly Roque
Interessante.